domingo, 27 de setembro de 2009

O PIOR NÃO PASSOU: OS TRABALHADORES NÃO PODEM CONTINUAR PAGANDO PELA CRISE!

Há uma forte propaganda em curso. A de que o pior da crise já passou. O objetivo é claro: pintar uma realidade que não existe e desarmar a classe trabalhadora para enfrentar os efeitos da pior crise econômica dos últimos oitenta anos.
Vamos aos fatos. No olho do furação (Estados Unidos), o governo Obama anunciou que o desemprego subiu para 9,7%. No mundo, a OIT (Organização Internacional do Trabalho) estima que o desemprego atingirá 50 milhões de pessoas até o final do ano, elevando, pela primeira vez, o número de desempregados para mais de 200 milhões.
Na onda de que “o pior já passou”, o governo Lula comemora os 242 mil empregos gerados em agosto, o que nem de longe se aproxima dos quase 1 milhão de postos de trabalho fechados desde o início da crise. Mesmo para aqueles que seguem empregados ou os que reingressaram no mercado de trabalho, a situação está difícil. Os novos empregos são acompanhados por salários menores que os anteriores, pelo trabalho temporário, a terceirização e por uma jornada de trabalho maior. No caso do magistério, em todo o País, a resposta às campanhas salariais, por parte dos governos, é reajuste zero. O argumento? A crise.

VERGONHA E TRAIÇÃO:
CUT E GOVERNO ASSINAM ACORDO QUE ATACA A APOSENTADORIA

Os governos e os patrões estão fazendo com que a nossa classe pague pela crise. A “carta de intenções” assinada pela CUT e pelo governo, que mexe com a aposentadoria, é um bom exemplo do que estamos falando. O acordo mantém o reajuste das aposentadorias desvinculado do aumento do salário mínimo e firma um novo cálculo para o reajuste nos próximos dois anos: reposição da inflação mais metade do crescimento do País de dois anos antes. Por esse critério, os aposentados, em 2010, terão reajustes de 3,64% e apenas 1,5% de aumento real. Ou seja, segue a defasagem salarial iniciada por Collor, aumentada por FHC e mantida por Lula. Mas, isso não é o pior. O acordo inaugura uma nova regra para aposentar-se. É o fator 85/95 que estabelece a aposentadoria integral, sem perdas, ao segurado que some 95 anos (homem) e 85 (mulher) entre idade mais tempo de contribuição.

PROFESSORES SERÃO OS MAIS ATINGIDOS POR NOVO ACORDO

Esse acordo atinge, principalmente, o magistério que ainda tem direito à aposentadoria especial. Vejamos o seguinte exemplo: se a professora Maria entra na rede aos 20 anos de idade, depois de 25 anos de contribuição, ela estará com 45 anos de idade. Pela regra atual, que estabelece a idade mínima de 50 anos para as professoras aposentarem-se, Maria teria que trabalhar mais 5 anos. Agora, vejamos se passar o que a CUT e o governo querem. A soma do tempo de contribuição de Maria (25 anos) + sua idade (45 anos) é de 70 anos. Ou seja, a professora teria que trabalhar mais 15 anos para se aposentar com seu salário da ativa. Numa categoria composta, em sua maioria, por mulheres, esse acordo significa um aumento à opressão e, na prática, impõe o fim da aposentadoria especial.

UM PROGRAMA PARA ENFRENTAR A CRISE:

A CONLUTAS PELA BASE NA EDUCAÇÃO aponta o caminho das lutas, da organização e da mobilização para garantir a unidade dos trabalhadores:
1. Contra o achatamento salarial! Reajuste geral de salários em cima dos vencimentos!
2. Contra o aumento da exploração e por emprego para todos: redução da jornada de trabalho para 36h sem redução de salários e direitos!
3. Em defesa da aposentadoria: Pelo fim do fator previdenciário e fator 85/95! Pelo retorno da aposentadoria por tempo de trabalho/serviço! Em defesa da recomposição salarial dos aposentados ao mesmo valor em salários mínimos do tempo de sua aposentadoria!
4. Basta de demissões! Que Lula edite uma medida provisória que assegure a estabilidade no emprego! Estatização da empresas que demitirem em massa!
5. Contra a repressão às greves e mobilizações dos trabalhadores! Pelo respeito ao direito de greve!
6. Não à entrega do pré-sal às multinacionais! O petróleo tem que ser nosso. Por uma Petrobrás 100% estatal a serviço dos trabalhadores.

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