sexta-feira, 18 de setembro de 2009

MANIFESTO DA CHAPA

Os professores da rede pública do Ceará protagonizaram uma luta heróica no primeiro semestre de 2009. A realidade era adversa. A greve, que durou cerca de três meses, estourou num contexto da mais profunda crise do sistema capitalista, dos últimos oitenta anos. Os direitos e as garantias, historicamente conquistados em luta pelos trabalhadores, estavam em risco. Demissões, retirada de direitos, reajuste zero: essas eram as palavras de ordem de governos e patrões.
Os aguerridos professores enfrentaram o governo Cid Gomes e a prefeita Luizianne Lins. O primeiro dizia que não negociaria com a categoria em greve. A segunda alegava que a situação de crise não permitiria nenhum reajuste. A greve da rede estadual foi considerada ilegal. A APEOC, numa postura de total subserviência, se retira do movimento paredista e decreta o fim da greve sem passar por assembléia, orientando o retorno às aulas. Os professores seguem, unificadamente, firmes, apesar da vacilante posição do SINDIUTE em não querer se confrontar abertamente com a prefeita “amiga”, do Partido dos Trabalhadores, não por acaso, o mesmo Partido à frente da direção do SINDIUTE.
As reivindicações eram básicas: cumprimento da Lei do Piso, reajuste salarial, redução da excessiva carga de trabalho, negação da famigerada avaliação de desempenho, ou seja, a categoria lutava por coisas palpáveis. De um lado, professores lutando pelos direitos mais elementares e dois sindicatos que não valem por um, ambos filiados à CUT, que, apesar de ser a maior central sindical do estado, com cerca de 200 sindicatos filiados, dentre estes, a APEOC e o SINDIUTE, e uma significativa estrutura, não ofereceu nenhum suporte para além dos discursos esvaziados de sentido nas assembléias. Isso se explica pelo fato de ser hoje uma central governista, estando presente nas instâncias dos governos federal, estadual e municipal.
A principal vitória da greve foi, sem dúvida, política, possibilitada pela unidade da categoria. A disposição, a garra e a coragem foram fundamentais para a conquista de vitórias parciais. A lição mais importante deve ser o reconhecimento de que, apesar das adversidades, é possível lutar e vencer, mas, para tanto, a existência de uma direção combativa, classista, independente dos governos pode fazer uma grande diferença na hora dos embates.
A greve terminou, mas a batalha continua. A prefeita Luizianne Lins quer impor um calendário de reposição de aulas na rede municipal que consiste na execução de 27 sábados letivos, além de um sábado de planejamento, isto é, quer reconstituir o trabalho escravo junto aos professores. Até o presente momento, o SINDIUTE não tomou a iniciativa de encaminhar qualquer luta contra essa proposta imoral, limitando-se a declarar nas assembléias que é contra tal calendário. É preciso armar a categoria, mais uma vez, para enfrentar de frente tal situação. Nesse sentido, a constituição de uma direção independente da prefeitura é condição fundamental para se obter vitória.
A CONLUTAS PELA BASE NA EDUCAÇÃO é parte importante dessa história e desse processo de reorganização da categoria em torno de um projeto de retomada do Sindicato das mãos da burocracia corrupta, que dilapidou o patrimônio que pertence aos professores, para colocá-lo no caminho da luta. Nesse processo de eleição estarão em disputa projetos antagônicos. Governistas pousando de oposição. Continuísmo com roupagem de renovação. Os mesmos que mataram a greve por inanição estarão reivindicando os seus créditos. Mas estarão na disputa também aqueles que querem construir um SINDICATO DEMOCRÁTICO, INDEPENDENTE E DE LUTA!
A CONLUTAS PELA BASE NA EDUCAÇÃO conclama os professores e as professoras para se engajarem efetivamente nesse processo democrático de discussão sobre a construção da chapa e de seu programa. A participação da categoria será decisiva para evitar fraudes e garantir a lisura do processo. Para tanto, todos estão convidados para as próximas reuniões da chapa, todos os Sábados às 15 horas, na sede da Conlutas, na Rua Agapito dos Santos, nº 480.
CONLUTAS PELA BASE NA EDUCAÇÃO NO SINDIUTE
ELEIÇÕES DIAS 07,08 E 09 DE OUTUBRO

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